domingo, 30 de setembro de 2007

*** PENSAR "FORA DA CAIXA"








Hoje me lembrei de um amigo muito querido

e que sempre usava essa expressão

para sugerir que devemos abrir o pensamento

quando queremos nos dar bem na vida, entender o outro

e até mesmo fechar um negócio ou até um contrato de trabalho.


Mas o que significa pensar fora da caixa?
E, afinal, que caixa é essa?


Podemos em princípio pensar que a caixa seja apenas

a nossa mente, ou melhor a nossa forma de pensar,

mas refletindo sobre o assunto acho que a expressão se refere

a algo mais que isso...

Recordei também das pessoas que conheço que pensam fora da caixa.


Lembrei de algumas que tem uma forma de vida diferente da convencional.

Uma dessas pessoas é uma médica. Sanitarista, trabalhava na OMS.

Viajava por diversos países, trabalhando e pesquisando.

Com um espírito jovem, bem disposta e totalmente descolada,

ela veio na minha mente como uma pessoa que vive fora da caixa.


Foi nesse momento que me veio um insight interessante

sobre o que é a caixa;

pois até então, estava pensando ser uma forma diferente de viver,

mais livre, mais solta e aberta às coisas do mundo.
No entanto, lembrando dessa médica,

fui recordando de algumas situações bastante sofridas

que ela enfrentou e das suas reações.

Na verdade, ela se tornou minha amiga,

mas nosso relacionamento começou num encontro profissional.

Bonita de corpo, pele morena e olhos expressivos,

essa moça passava força e poder em cada movimento seu.


Ela era uma verdadeira guerreira, batalhadora e muito esforçada.

Quem olhasse para ela, poderia facilmente notar essa fortaleza interior,

mas mergulhando um pouco mais,

a alma dessa mulher estava aflita por carinho, gentileza e amor.

Conversando sobre sua vida, ela me confidenciou

que sempre teve vontade de ter um relacionamento mais íntimo,

ter um filho, constituir uma família.

Por conta de sua vida profissional,

acabava não dando espaço para isso acontecer.

Agora o relógio biológico pedia esses ajustes

e ela não tinha ninguém para ser o pai do seu filho...


Conversamos muito sobre seus caminhos,

mas não caberia a mim dizer-lhe o que fazer

até porque o certo e o errado

devem ser pesados na vida de cada um de nós.


Se posso dizer algo que aprendi é

que não existem regras absolutas para a felicidade de ninguém

e que as respostas não estão no outro,

mas sim dentro de cada um.

Roberta estava presa à sua caixa.

Vive diferente da maioria das pessoas

porque não tem uma parada fixa, está sempre viajando,

conhece diversas pessoas,

veste-se de um jeito próprio, enfim,

está totalmente fora dos padrões normais das pessoas,

mas está na "sua caixa".


O que me leva a refletir,

é que cada um de nós tem a sua caixa.


E para ser livre, abrir o pensamento e de fato pensar fora da caixa,

precisamos fazer um mergulho interior e enxergar nossas limitações.

Se ficarmos analisando as pessoas e a vida

pelas aparências que chegam até nós

não vamos aprender nada mais profundo e libertador.


O esforço não é pequeno.


E no caso da minha amiga tem sido um verdadeiro desafio,

porque mesmo desejando um amor,

um relacionamento mais duradouro e intenso

ela ainda não conseguiu tirar a armadura da mulher guerreira

que um dia teve que vestir para sobreviver .


Então o que fazer?

Trabalhar a autoconfiança, investir na auto-estima e,

em seguida, ter coragem de mergulhar no buraco negro

de nossos medos mais profundos.


Assim, termino sugerindo que você pense na sua caixa.


O que você está aprisionando aí dentro de você?


O que você pode mudar na sua maneira de encarar a vida para ser feliz?


Se você já sabe da resposta, o que falta para colocar isso em prática?


Se não sabe, sugiro que você pense no seu caminho de vida,

nas pessoas, naquilo que você desde o seu nascimento atraiu para viver.


Porque essa caixa se refere a experiências da alma.

Intenções de aprendizado que neste plano material viemos resolver...


Então, isso significa que soluções lindas são possíveis

e estão ao alcance de todos nós!

Fica com Deus!





sábado, 29 de setembro de 2007

*** A lealdade ignorada

Uma das mais belas qualidades humanas é a lealdade. Quanta grandeza em saber reconhecer um benefício com gestos de fidelidade.

Mas não é isso o que vemos sempre pelo Mundo. Muito pelo contrário.

O mais freqüente é encontrarmos por toda parte o desamor como pagamento àqueles que estendem a mão em auxílio ao próximo.

Quantas vezes vemos amizades e famílias desfeitas, boas lembranças esquecidas. Tudo em nome da deslealdade, que nada mais é do que uma forma de ingratidão.

Assim, vale a pena refletirmos sobre a natureza do que é desleal. Quem agiria assim? Quem seria capaz de pagar um benefício com uma traição? E por que razão faria isso?

Vamos responder por partes. Desleal costuma ser a maior parte da Humanidade em algum momento da vida.

Dificílimo é encontrar alguém que sempre age corretamente, que pauta seus atos pela extrema correção, em todas as ocasiões.

Por outro lado, as razões que levam à deslealdade são sempre baseadas no egoísmo. O egoísta não se preocupa com o bem-estar do outro. Para ele, seus interesses vêm em primeiro lugar.

Por isso, o egoísta não se envergonha em atraiçoar aquele que lhe estendeu mão amiga. Movido por interesses financeiros, por orgulho ou vaidade, não hesita em dar as costas para um amigo ou um ser querido.

E o que é alvo de um gesto de deslealdade - o que deve fazer?

Antes de tudo cabe não julgar. O desleal é alguém doente. Não um doente do corpo, mas um doente da alma, a quem nos cabe perdoar.

Perdoar? Sim, perdoar. Costumamos afastar de nosso dia-a-dia a prática do perdão.

Falamos tanto em perdão e enaltecemos seu valor na hora da provação.

Mas, basta que alguém nos fira, para imediatamente esquecermos tudo o que costumamos falar sobre a necessidade de perdoar o próximo. É uma conveniência.

Assim, diante da deslealdade, recordemos Jesus, que nos ensina a não resistir ao mal.

É o Cristo que nos convida a pagar o mal com o bem, a oferecer a outra face, a perdoar constantemente.

O valor do perdão é maior quanto mais grave é a deslealdade. Quando o desleal é uma alma querida, a quem sempre oferecemos o melhor em termos de amizade.

Uma fórmula preciosa para esses instantes é recorrer à prece. A oração balsamiza a alma, acalma o coração, ilumina os dias.

Se o coração do que é agredido está sereno, ele está liberto.

E o outro? Ah, a questão não é mais entre um e outro. A questão é entre Deus e cada um de nós. O outro? A questão é entre ele e Deus.

De nossa parte, devemos nos preocupar única e exclusivamente com a nossa consciência perante as Leis Divinas. Se estamos em paz, tudo está bem.

Isto, acredite, é também um exercício de desapego. Não contabilizar benefícios faz parte da essência da verdadeira caridade.

Se fizermos um bem a alguém, devemos fazê-lo por amor a Deus, pelo prazer de ser bom, pela alegria de ver os outros felizes.

Fazer o bem simplesmente, sem esperar recompensa, sem aguardar retribuição.

Foi isso o que Jesus nos ensinou. Pense nisso!




quinta-feira, 27 de setembro de 2007

*** QUEM AMA SAI NA FRENTE

O desenvolvimento do Espírito em sua jornada para a plenitude
dá-se em duas frentes.
Ele necessita burilar o intelecto e os sentimentos.
Variadas experiências se sucedem, a fim de que esse aperfeiçoamento ocorra.
O destino final de todos é o mesmo: a angelitude.
Ao contrário do que muitas vezes se imagina, os anjos não são seres
apartados da Humanidade.
Não se trata de privilegiados, perfeitos desde a origem.
Eles são apenas nossos irmãos mais velhos.
Por obra de seu esforço, atingiram a meta, que consiste na plenitude da
evolução intelectual e moral.
Infinitas foram as lutas que travaram em seu longo jornadear pelas fileiras
da Humanidade.
A liberdade de que todos os Espíritos gozam permite que os caminhos sejam
diferentes.
Alguns se apaixonam pelas maravilhas da arte.
Outros encontram na filosofia a razão de inúmeras vidas.
Há quem se encante pelos raciocínios lógicos das ciências exatas.
Todos os ramos do conhecimento se entrelaçam.
No zênite evolutivo, os talentos e o saber são plenos, qualquer que tenha
sido o caminho trilhado.
Mas há uma peculiaridade concernente ao burilamento dos sentimentos.
Ele facilita bastante o processo evolutivo como um todo.
A liberdade constitui pressuposto do aprendizado.
Não é viável adquirir discernimento sem poder fazer opções.
Mas a contraparte obrigatória da liberdade é a responsabilidade.
O Espírito é livre para agir, experimentar e aventurar-se.
Contudo, responde por tudo o que faz.
Quando se permite atitudes equivocadas, registra desequilíbrios em sua
consciência.
Tais desequilíbrios se manifestam na forma de bloqueios, fobias e
enfermidades.
Às vezes são necessárias muitas encarnações para propiciar a limpeza
psíquica do que se fez em apenas uma.
As posições de poder são as que mais ensejam profundas e longas crises de
consciência.
Enquanto gasta tempo para se equilibrar, o Espírito retarda seu processo
evolutivo.
A rigor, a evolução sempre ocorre, pois as experiências vão propiciando um
irresistível amadurecimento.
Mesmo do erro sempre surgem proveitosas lições.
Entretanto, as lições oriundas de grandes equívocos tendem a ser sofridas e
trabalhosas.
Justamente por isso o amadurecimento do senso moral constitui um poderoso
impulsor da evolução.
Quem se compadece do semelhante não comete desatinos contra ele.
Por vezes erra, pois a perfeição é a meta final, ainda distante da
Humanidade em geral.
Mas tais erros são oriundos da ignorância e não da maldade.
Jamais possuem conotação cruel e são de fácil reparação.
Assim, quem luta por se aperfeiçoar moralmente se abstém de inúmeras dores.
Ao desenvolver pureza, deixa de cometer desatinos na área da sexualidade.
Tomando gosto pela conduta honesta, não assume compromissos com o patrimônio
alheio, público ou privado.
Ao adotar o trabalho e a prudência como roteiros de vida, jamais se torna um
peso para os semelhantes.
Em suma, o desenvolvimento moral evita muitos erros.
Conseqüentemente, furta o Espírito da necessidade de sofridas atividades
reparadoras.
Se você deseja trilhar em paz o caminho para o Pai, burile os seus
sentimentos.
Afinal, quem ama sai na frente.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

*** O tempo: Senhor maior de todas as curas

Ensinam os bons mestres que devemos assistir nossa atuação no mundo como se estivéssemos observando uma peça de teatro. No palco o desenrolar dos nossos papéis onde atuamos como protagonistas das nossas ações e comportamentos. Na platéia nós estamos também, porém sentados assistindo o drama ou a comédia em que atuamos como personagens.

Facilita muito também se a gente for capaz de dialogar mentalmente com o nosso personagem em cena chamando-o pelo nosso nome de batismo e docemente comentar a cena para que ele perceba como está atuando.
Por exemplo:

Você está na sala com seu companheiro e a conversa toma um rumo desagradável onde a "sua você" que controla, cobra e acusa, começando a pôr as manguinhas de fora. Neste momento inicia-se um clima de briga e é nesta hora que a "você que está assistindo à cena" deve pontuar este movimento dizendo mentalmente:


- Olha, a Fulana (diga seu nome) iniciando novamente seu rosário de queixas e cobranças, sem deixar que o outro se defenda ou coloque suas razões.


Com isso a mente leva um susto e pode provocar um profundo movimento de respiração libertando desta forma os elos do padrão repetitivo.

Parece fácil quando a gente lê.

Mas é bem mais complicado quando decidimos praticar este mecanismo que tanto ajuda no controle dos nossos padrões emocionais.


Quando damos conta já falamos e colocamos tudo meio sem pensar, magoamos o outro e só depois é que vamos ponderar os resultados.


Mas se praticarmos esta técnica em todos os momentos do nosso dia-a-dia vamos perceber que o tempo vai nos disciplinando, transformando o que parece tão difícil num hábito.

Outra forma de controlarmos o nível das nossas reações emocionais é tomarmos conhecimento que somos feitos de diferentes partes que são muitas vezes totalmente opostas.


Revelamos muitas vezes a nossa parte angelical nos conselhos que damos aos amigos, mas imediatamente podemos expor nosso lado vingativo desejando que esta ou aquela pessoa suma da nossa vida.


Costumo incentivar estas partes a conversarem entre si ou se perguntarem durante uma reação emocional:


- Qual parte minha está falando assim ou sentindo desta forma?


Identificando a parte fica mais fácil ajudá-la a vencer o problema e resolver a situação.


Mas seja como for uma coisa é certa: o tempo com sua gigantesca sabedoria poderá nos dar cada dia mais lucidez e entendimento.

E fica aqui para você uma outra forma de escaparmos das "borboletas no estômago" todas as vezes que nos defrontamos com situações angustiantes.
Faça a si mesmo(a) esta pergunta:


- O que este fato vai significar na minha vida daqui a quinze dias, um mês ou um ano?

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

*** MELINDRE OU AGRESSIVIDADE

Melindre tem várias definições.

Pode ser definido como amabilidade,

delicadeza no trato, recato, pudor.

No entanto, é quase certo que

ao ser utilizado pelas pessoas,

o conceito que expressa é de

facilidade de se magoar, de se ofender,

suscetibilidade.

Nesse sentido, tem sido comum a sua invocação,

nas relações humanas.

As menores atitudes de um funcionário,

de um amigo recebem a adjetivação imediata.

Por isso, amizades se diluem,

desentendimentos acontecem,

duplicando mágoas de um e de outro lado.

Nas várias facetas do trabalho voluntário,

melindre tem sido utilizado para justificar

traições, desajustes e quebra moral .

Que ele existe, é verdade.

Mas que as pessoas se dão, por vezes,

um valor maior do que verdadeiramente possuem

e aguardam tratamento especial, também é verdade.

No entanto, um outro lado da questão se apresenta

e tem sido esquecido, quase sempre.

Se melindre é a manifestação do orgulho ferido,

não menos verdade que medra, entre as criaturas,

muita falta de tato, delicadeza e gentileza.

Em nome de uma falsa caridade,

de expressar a verdade, amigos

e companheiros de trabalho

se permitem lançar ao rosto do outro tudo que pensam.

E não medem palavras nas suas expressões.

É como se tomassem de pedras e as jogassem,

sem piedade.

E o que esperam é que o outro aceite tudo.

Quando o agredido se insurge,

quando toma uma atitude, quando fala de respeito,

é tomado como aquele que se melindra.

Contudo, em nenhum momento o agressor,

aquele que foi indelicado e feroz, se desculpa.

Não, ele está certo.

O outro é que é portador de muito orgulho.

Nesse diapasão, vidas honradas de trabalho

têm sido literalmente jogadas no lixo.

Servidores de anos têm tido

seus esforços depreciados,

como se fossem coisa alguma.

E o que critica maldosamente,

o que aponta os erros mínimos é o herói,

a pessoa correta.

Refaçamos os passos enquanto é tempo.

Antes de destruirmos valores afetivos preciosos

Antes de atacarmos instituições centenárias

com folha irrepreensível de dedicação

e serviço à comunidade.

Examinemos quantas vezes a culpa nos compete.

Quantas vezes teremos sido nós os provocadores

do afastamento de pessoas de nosso convívio.

Ou da instituição a que prestamos serviço.

Da nossa família, da nossa esfera de amizades.

Recordamos que, certa vez, em reunião de trabalho,

um voluntário interrompeu de forma agressiva

a fala do coordenador.

Reclamou e reclamou, ferindo e

humilhando-o frente aos demais.

O ferido se calou, dolorido.

Depois de alguns dias, procurou o agressor

em particular.

A sós com ele, expressou a sua mágoa,

com o sincero objetivo de modificar

a emoção ferida e apaziguar seu mundo íntimo.

O interlocutor, em vez de reconhecer a indelicadeza,

reverteu a situação e deu o diagnóstico impiedoso:

não houvera agressão de sua parte.

O outro é que se melindrara.

Pensemos nisso.

Será que a constatação quase diária de melindre

nos outros não se tornou uma válvula de escape para nós?

Uma desculpa para a nossa rispidez cotidiana,

o nosso relaxamento no trato com o semelhante?

* * *

Quem se melindra, deve trabalhar

para se tornar menos suscetível.

Mas quem provoca o melindre

não pode se esquecer da lei de caridade,

da afabilidade e da doçura preconizados por Jesus:

Bem-aventurados os mansos e pacíficos.

Redação do Momento Espírita com base em fato narrado no artigo
O problema do melindre, de André Marcílio Carvalho de Azevedo,
da Revista Presença Espírita nº 261, ed. Le
al

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

*** O HÁBITO NOCIVO



Hábito é o que incorporamos ao nosso dia a dia. É nossa maneira usual de
ser.
É o que realizamos de forma mecânica.
Atitudes que assumimos e realizamos, sem nos darmos conta.

Vejamos: quantas vezes já nos aconteceu de chegar em casa e colocar as
chaves sobre algum lugar?

Tão mecanicamente é executada a ação que, ao precisar das chaves, algum
tempo depois, não conseguimos recordar onde as deixamos.

Saímos de casa, apagamos as luzes, passamos a chave na porta.
Depois de
andarmos algumas quadras, nos questionamos se fechamos ou não a casa.

E precisamos retornar para ter a certeza, a fim de que não permaneçamos o
restante do dia em desassossego.

Muitas outras coisas fazemos de forma automática.

Tomamos café, regamos as plantas, alimentamos o gato, sem pensar.

Ao lado dessas questões, outros hábitos temos não muito saudáveis.
E, por
incorporados à nossa forma de ser, não nos apercebemos o quão danosos são.
É comum se observar, antes de uma palestra ou conferência, um grande
burburinho pelo salão.
Natural, num primeiro momento, pelo reencontro com amigos, cumprimentos,
saudações, sorrisos, torna-se desagradável quando uma música se faz
presente, e não modificamos nossa postura.

Alguém toca ao piano delicada melodia, ou dedilha um violão, ou canta e nós
prosseguimos a falar, como se nada estivesse acontecendo.

A impressão que se têm é que chegamos ao local programados para ouvir a
palestra. E tudo o mais que antes aconteça, não tomamos conhecimento, não
registramos.

Mau hábito, que caracteriza, inclusive, grande indelicadeza de nossa parte,
desde que o artista que vai se apresentar naquele momento, merece, ao menos,
que permaneçamos em silêncio, para ouvir a sua arte.

E não menos grave é quando, concluída a palestra que nos propusemos ouvir,
de imediato, nos erguemos e saímos com ruído.

Não aguardamos a real conclusão do evento para um lembrete final que se
fará, um agradecimento ao orador, uma advertência útil.
E o mesmo se repete nos cinemas quando, acabado o filme, nos erguemos e
vamos saindo, esquecidos de que muitos apreciam ver todos os créditos.
O que não lhes é permitido porque em nos levantando, obstruímos a sua visão
da tela.

É essa mesma atitude que nos permite observar a miséria perambulando pelas
ruas, sem que nos atinja.
Habituamo-nos de tal sorte às cenas que nos
tornamos insensíveis.

Habituamo-nos a ver a corrupção triunfar, que já não desejamos fazer coisa
alguma para a debelar.

Hábitos... Hábito de ver a mentira adquirir forma, volume e não emitirmos
movimento algum no sentido de esclarecer a verdade, de defender o caluniado.

Hábito de receber a bênção da chuva, os raios do sol, as carícias do vento,
sem nenhuma gratidão. Como se o Universo inteiro nos devesse o favor de
servir.

Hábito de não ouvir quem nos fala da sua dor, da sua dificuldade. Hábito de
não pensar senão em si mesmo.

É hora de parar para pensar e buscar refazer atitudes.

Reflitamos que o bom da vida é viver.

E para viver intensamente é preciso se
sentir tudo que se faz, tudo que nos chega.

É preciso olhar em torno, estar presente, agir, tomar atitudes pensadas,
atentas.

Desta forma, alteremos o rumo.

Aprendamos a observar o dia, a olhar as pessoas nos olhos, a perceber o que
acontece ao nosso redor.

Moldemos hábitos de gentileza, de delicadeza, de gratidão.

Vivamos mais conscientes.
Aprendamos a sentir prazer nas pequenas coisas
como andar, correr, comer, molhar-se na chuva ou aquecer-se ao sol.

Aprendamos a olhar para as estrelas, a nos extasiar com a noite enluarada, a
vibrar com a música, o perfume, as pessoas.

Abandonemos hábitos nocivos e nos tornemos mais felizes, desde agora.





segunda-feira, 10 de setembro de 2007

*** Comunicar não é o que a gente fala e sim o que o outro entende

Esta noite tive um sonho, para mim muito significativo. Um sonho que me fez pensar sobre a arte da comunicação.
Sonhei que estava com uma turma em frente a uma faculdade e que ninguém aparecia para dar aulas.Estávamos muito indignados e eu me prontifiquei em ir até a secretaria da faculdade para saber o que estava acontecendo.Encontrei alguns funcionários e perguntei onde estavam os professores. Ninguém sabia de nada. Perguntei se não havia um folheto explicando sobre os cursos, os horários das aulas e os nomes dos professores - ninguém sabia de nada.
Fui ficando revoltada com aquela falta de responsabilidade e pedi um microfone para anunciar a toda a turma que havíamos sido enganados.
Quando comecei a falar senti que havia sobre a minha língua uma camada espessa de goma de mascar cor-de-rosa que entupia minha garganta e eu não conseguia falar.
Acordei suando, assustada, sufocada.

Sentei na cama e perguntei em voz alta a mim mesma:

- O que você não está conseguindo comunicar?

E iniciei imediatamente um processo de procurar onde eu estava me sentindo tão sufocada.

Não foi difícil encontrar.

Com 65 anos e uma vida vivida intensamente, creio que já tenho uma pequena bagagem do que pode acontecer ao ser humano quando ele é submetido a alguns condicionamentos na infância e na sua vida em geral.

A experiência acaba nos mostrando que é quase matemático:

Uma criança criada sob a intolerância, desamor, a violência e a insegurança dos pais (ou, pelo contrário, uma criança com pais superprotetores, permissivos demais) vai – quase sempre – desabar num adulto sem energia, sem força para lutar e conquistar seu espaço no mundo.

Um adulto cheio de medos e baixa auto-estima, que acaba precisando de um, ou outros, para se sentir seguro e integrado.

Um ser dependente de substâncias, afeto, amor, necessitando sempre de saber o que os outros pensam dele ou o que podem fazer para ele se sentir aceito e amado.

Pode ser uma das raízes de pessoas que amam demais, comem demais, bebem demais, fumam demais, trabalham demais, maníacas por ordem, por sexo, enfim, uma gama enorme de desarmonias que povoam este planeta.

Pela organização das coisas, via de regra estas pessoas, ou algumas delas, acabam sentadas na frente dos terapeutas quando já são adultas e já cansaram de tanto sofrer e tentar mil e uma coisa para se verem livres dos seus tormentos emocionais.

Claro que dá vontade de chorar com elas o tempo da infância em que foram alvos de um verdadeiro laboratório de “como não se educa”, mas isso já não é mais possível e só resta correr atrás do prejuízo.

Minha conclusão, talvez simplista, é a de que quando comunicamos, educamos, influenciamos ou formamos alguém devemos sempre nos perguntar:

- O que esta pessoa está entendendo, sentindo ou memorizando desta minha maneira de transmitir as coisas?

- O que eu estou comunicando está no nível correto do que este ser pode entender?

- Quais as conseqüências que minha comunicação pode causar neste indivíduo que está sob minha responsabilidade?

- Estou respeitando o sistema de crenças e a religiosidade desta pessoa?

- Vejo esta pessoa como uma face de Deus que está ao meu lado para trocar experiências comigo?

- Sinto profundamente que o que eu fizer para este ser estarei fazendo para todo o planeta?

- Acredito que quem está perto de mim é um espelho que reflete quem profundamente eu sou?

- Sei honrar e respeitar meus semelhantes quando estabeleço um processo de comunicação, seja para o que for?

- Falo sempre o que sinto ou o que quero que o outro sinta?

Pense nisso.

Pense também que comunicar não é aquilo que falamos
e sim o que o outro entende, sente, decodifica.

Bons sonhos!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

*** Palavras de Fé


Todos aqueles
que confiam em Deus,
que lhe sentem a presença,
que lhe aceitam os desígnios,
que lhe ouvem a voz no imo da consciência,
que bendizem o lugar em que Deus os colocou,
que suportam dificuldades e tropeços, sem revolta ,
na certeza de que se acham sob a proteção de Deus,
que procuram servir ao próximo em Seu nome,
e que esquecem as ofensas sofridas,lembrando-lhe a
misericórdia,
jamais cairão
em qualquer vale de desespero.

Francisco Cândido Xavier(25/05/88)

*** POR QUE VOCÊ ME INCOMODA TANTO?

O incômodo nasce de uma irritação com situações e coisas que não conseguimos controlar.

Pessoas que nos perturbam normalmente ferem nossas concepções sobre a vida, amor, relacionamentos ou sua simples conduta na vida.

O que essas pessoas fazem nos fere porque vai contra nossos princípios, mas não devemos simplesmente taxá-las de inimigas, porque não é bem assim que as coisas acontecem. Muitas vezes essas pessoas que nos incomodam além do razoável são exatamente as pessoas que somos obrigados a conviver diariamente.
Pode ser que alguém que incomode você seja o seu namorado, seu filho, um colega de trabalho ou até mesmo sua sogra, como é amplamente comentado em verso e prosa.
A sogra parece ser o grande vilão dos relacionamentos estáveis, porque não é um parente escolhido, mas agregado pelo laço matrimonial.

Vamos dizer que não é uma escolha.

Mas afinal qual laço é escolhido?

Por acaso podemos escolher o temperamento ou atitudes de um filho?Podemos mudar as escolhas de um irmão?Podemos de alguma forma alterar o humor do nosso marido ou esposa?

Para a maioria deste tipo de pergunta, a resposta é não, pois não temos em nossas mãos ferramentas para alterar o comportamento das pessoas que nos irritam.

E em geral, essa irritação torna-se o ponto central de nossos problemas porque desencadeia uma série de ações e pensamentos contrários e um desejo constante de mudar a forma dessa pessoa agir e de principalmente nos tratar.

Dessa forma, ficamos reféns das atitudes do outro.

Passamos a ser reagentes do destino com quase nenhum controle sobre nossas experiências da vida. E quando alguém nos diz que temos que tomar as rédeas do destino é impossível não pensar que essa função não nos cabe. Por mais que tenhamos energia, humor, otimismo e força interior não nos sentimos capazes de lutar contra essa impotência frente às ações do outro.

Rezar para essa situação, nem pensar... porque quase sempre sentimos raiva daquilo que enfrentamos; podemos até compreender a imaturidade do outro, ou mesmo a ignorância, mas frente aos maus tratos que recebemos não conseguimos fazer prontamente como Mestre Jesus, há mais de dois mil anos nos ensinou:

“Oferecer a outra face”

...E, afinal, para que faríamos isso se de nada adiantaria?

De fato, devo concordar que não é uma tarefa fácil se libertar do incômodo de uma convivência difícil, mas devemos pelo menos tentar tomar as rédeas da situação.
Não podemos durante uma vida inteira apenas reagir às agressões e desafetos.
Podemos tentar nos conduzir de uma forma diferente.
Claro que casamentos podem ser interrompidos e, na realidade, talvez de todas as relações kármicas sofridas, seja essa a condição mais fácil de terminar.
Porque se não terminamos nos harmonizando com o parceiro podemos nos afastar fisicamente.

Todos sabemos que guardar mágoas é prejudicial à saúde e a condução de nossas vidas.

E agora que tanto se comenta sobre a Lei da Atração deve ter ficado claro na cabeça de muitas pessoas que se mantivermos a mente subconsciente focada em dor, em raiva, ou sofrimento será isso que atrairemos para a nossa vida.

Sei, no entanto, que saber racionalmente das atitudes corretas a serem tomadas simplesmente não nos libera, pois não conseguirmos agir de uma forma libertadora quando dentro de nós vibra o desejo de justiça, de vingança ou mágoa e vitimismo que são energias que caminham juntas.

Para uma libertação maior é preciso mesmo oração, meditação e expansão da consciência, e isso é possível, mas é uma conquista que exige de nós constância, determinação e persistência.

Não basta saber intelectualmente, é preciso mudar a energia que carregamos no corpo sutil. Para isso precisamos mudar o foco interior.
Inclusive, observar quais atitudes nossas são semelhantes às de nossos parceiros no sofrimento, pois mudando a sua forma de agir mudará tudo a seu redor.
Quanto mais luz e vibração amorosa você vibrar mais purificará os resultados da sua vida.
Imagine que você está tentando resolver determinadas tendências e está tendo acesso a muitas aberturas.
Então, não é mais o momento de se sentir vítima de uma situação complicada.

Ao contrário, quanto mais consciência você tiver de uma questão mais próxima está a solução.

Tenho observado que à medida que piora uma situação na nossa vida, mais próximos estamos da compreensão do caminho de cura.
A meditação neste caso é fundamental porque você lida diretamente com sua energia purificando e harmonizando sua consciência.
Assim, se você está muito incomodado com alguém, peça em suas orações que Deus limpe você dessa dor.
Se for possível, afaste-se fisicamente da pessoa e dê um tempo para você.

Porque quando sentimos raiva estamos alimentando tudo de ruim e negativo da situação e muitas vezes atraindo energias pesadas do astral inferior que encontram nessa brecha uma forma de tornar a situação ainda mais carregada.

Se você estiver com raiva, assuma para si mesmo como se sente, pois tenho percebido que muitas pessoas não têm coragem de assumir que sentem raiva.

E depois faça algo para limpar.

Uma boa caminhada num parque exigindo que seu corpo físico gaste energia e, ao mesmo tempo fazendo uma prece pedindo limpeza, costuma dar ótimos resultados.

Enfim, compreenda que você está lidando com pessoas, mas principalmente com uma vibração que não deve ser mais alimentada.

Há várias maneiras simples de aliviar a carga emocional que nada mais é do que uma vibração.

Podemos, por exemplo, tomar banhos de ervas para aliviar as tensões acumuladas no corpo sutil, orar, rezar, defumar a casa etc.
Mas a atitude mais poderosa mesmo é tomar a consciência da situação:

Se você compreender que o outro está agindo de forma ignorante, não vibre da mesma maneira.

Escolha pensar diferente, faça um movimento libertador, porque você pode fazer isso.

Ao contrário do que você pensa, mesmo as dores de cabeça, tensão nas costas e até dores de estômago causadas por esse tipo de sofrimento podem ser tratadas com meditações ativas.

Tenho pesquisado muito sobre vibração e descobri que “a irritação é uma doença do ego”.

Curando a nós mesmos do sentimento de impotência, ganhamos cada vez mais poder e estaremos vibrando numa espiral positiva, atraindo para nossas vidas mais Amor e Luz.

Pode confiar!

*** REENCARNAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS

Já conhecemos que a reencarnação é uma crença difundida no hinduísmo, no judaísmo, no cristianismo original , e no budismo.
Todas estas doutrinas bebem da fonte da cultura oriental, mas esta linha de pensamento (a sobrevivência e retorno da alma após a morte) também era cultivada no ocidente.
Os gregos Órficos, por exemplo, expunham sua Doutrina Palingenésica numa roupagem filosoficamente avançada, que influenciou Sócrates e Platão (na obra Fédon), dentre outros. Antes dele, Pitágoras também a adotou como condição sine qua non para a evolução plena da alma.
Clemente de Alexandria (posteriormente cassado pela Igreja Católica) e Orígenes, o Cristão (considerado "o maior erudito da Igreja antiga") também a divulgariam.
Na Europa gaulesa e britânica, os druidas acreditavam na reencarnação em termos semelhantes aos gregos e budistas.
Tal crença foi parte integrante da doutrina cristã até o Concílio de Constantinopla, em 533 D.C., quando, por motivos políticos, foi formalmente repudiada pelo clero. Mesmo assim, a idéia persistiu entre alguns cristãos, especialmente os Cátaros, no século XII. Suas idéias (bem interessantes, que com certeza inspiraram os criadores de The Matrix) se chocavam diretamente com a da Igreja Católica, e por isso a "Santa" Inquisição lançou mão de uma campanha militar de 20 anos pra erradicar os Cátaros da face da Terra .
Além deles, Giordano Bruno (queimado vivo em 1600) sentiu na pele a intolerância da ICAR ao defender idéias heréticas, como o Hermetismo, o Heliocentrismo e a Metempsicose.

Enfim, a reencarnação é mais uma regra do que exceção.

Mas as razões e meios pelos quais a reencarnação se processa são meio obscuros nessas religiões, e só a doutrina espírita procurou botar os "pingos nos is", com a codificação de Allan Kardec e, no Brasil, com os relatos em forma de romances espirituais psicografados por Chico Xavier (carregados de lições de moral e conteúdo didático, como todo bom guia espiritual).

Assim, ficamos meio que bitolados com os romances e deixamos de questionar novas possibilidades, novas visões, novos processos que não entenderíamos nos anos 50 (época de ouro dos livros de Chico) mas que hoje, quase 60 anos depois, poderíamos "ousar" entender. O pensamento abaixo não tem a pretensão de reescrever a teoria da reencarnação pra qualquer doutrina, apenas fornecer um ponto de vista alternativo, paralelo.

O texto não é exatamente meu; é sim uma coletânea de coisas que foram debatidas na lista Voadores, principalmente por Lázaro Freire, Patrícia Montini e Arauto Draconiano. Apoderei-me sem piedade dos textos deles, mudando coisas aqui e ali, e acrescentando tantas outras.

Vejamos então alguns dados que comprometem o raciocínio reencarnacionista tradicional:

1) Nascidos nesse planeta até meados de 2002 = 106.456.367.669 pessoas.

2) Pessoas ainda vivas até meados de 2002 = 6.215.000.000 pessoas. (Fonte: Population Reference Bureau)

3) Razão entre total de espíritos encarnados e total de espíritos desencarnados aguardando reencarnação = 1:10. (Fonte: Várias obras espíritas)

4) Total de espíritos que já nasceram alguma vez nesse planeta, mas que já passaram a habitar planetas mais adiantados e não mais encarnarão aqui (digamos uma estimativa conservadora de 10% do total de nascidos) = 10.645.636.766,9. (Fonte: Chute brabo)

CONCLUSÃO:

1) 95.810.730.902.1 vidas já foram realizadas, distribuídas entre 68.365.000.000 espíritos, o que dá uma média de 1,4 vidas por espírito, o que significa que, se cada um dos 68 bilhões de espíritos ainda ligados a esse planeta tivesse tido o mesmo número de encarnações que os demais, então cada espírito teria reencarnado 1,4 vezes.

2) Prosseguindo nos cálculos, vemos que, para que pelo menos 10% dos espíritos ainda ligados a este planeta (encarnados ou não) tenham tido 5 encarnações, os outros 90% teriam que ter tido SOMENTE UMA ENCARNAÇÃO.

Estranho, não?

Então vejamos abaixo um diálogo do filme Waking Life, que é uma espécie de Quem Somos Nós da Filosofia e dos sonhos lúcidos, e que eu recomendo a todos os meus leitores:

- Não me sai da cabeça algo que você me disse. Sobre a sensação de que você observa a sua vida, da perspectiva de uma velha à beira da morte... Lembra?

- Sim... Ainda me sinto assim, às vezes. Como se visse minha vida atrás de mim. Como se minha vida desperta fosse de lembranças...

- Exatamente. Ouvi dizer que Tim Leary, quando estava morrendo, disse que olhava para seu corpo que estava morto, mas seu cérebro estava vivo. Aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral depois que tudo se apaga. E um segundo nos sonhos é infinitamente mais longo do que na vida desperta. Entende?

- Claro. Tipo, eu acordo às 10:12h. Então, eu volto a dormir e tenho sonhos longos, complexos, que parecem durar horas. Aí eu acordo e são 10:13h.

- Exato. Então aqueles 6 a 12 minutos de atividade cerebral... podem ser a sua vida inteira! Quero dizer, você é aquela velha, olhando para trás e vendo tudo.

- Se eu sou, o que você seria nisso? - O que eu sou agora. Quero dizer, talvez eu só exista na sua mente. Eu sou apenas tão real quanto qualquer outra coisa.

- É... Andei pensando sobre algo que você disse. Sobre reencarnação, e de onde todas as novas almas vêm ao longo do tempo. Todo mundo sempre diz ser a reencarnação de Cleópatra, ou de Alexandre, o Grande... Não passam de bestas quadradas, como todo mundo. Quero dizer, é impossível. Pense sobre isso: a população mundial duplicou nos últimos 40 anos, certo? Então, se você acredita nessa história egóica de ter uma alma eterna, há 50% de chance de a sua alma ter mais de 40 anos. Para que ela tenha mais de 150 anos, é... uma chance em seis.

- O que você está dizendo? Reencarnação não existe? Ou somos todos almas jovens? Metade de nós é de humanos de primeira viagem? Aonde você quer chegar?

- Eu acredito que de alguma forma a reencarnação é uma expressão poética... do que realmente é a memória coletiva...Eu li um artigo de um bioquímico, não faz muito tempo. Ele dizia que, quando um membro de uma espécie nasce, ele tem um bilhão de anos de memória para usar. É assim que herdamos nossos instintos.

- Eu gosto disso. É como se houvesse uma ordem telepática da qual nós fazemos parte, conscientes ou não. Isso explicaria os saltos aparentemente espontâneos, universais e inovadores na ciência e na arte. Como os mesmos resultados surgindo em toda parte, independentemente. Um cara num computador descobre algo e, simultaneamente, várias outras pessoas descobrem a mesma coisa. Houve um estudo em que isolaram um grupo por um tempo e monitoraram suas habilidades em fazer palavras cruzadas em relação à população em geral. Então, deram-lhes um jogo da véspera, que as pessoas já tinham respondido. A sua pontuação subiu dramaticamente. Tipo 20%. É como se, uma vez que as respostas estejam no ar, pudessem ser pescadas. É como se estivéssemos partilhando nossas experiências telepaticamente...


Não precisa de muita conta ou chute para ver que, matematicamente, quase todos estão na primeira "encarnação" aqui. Ou que o que chamamos de reencarnação pode ser algo bem mais coletivo, assim como a evolução, se "Somos Todos Um". Será por isso que tantas pessoas diferentes dizem acreditar (mesmo!) ter sido Cleópatra - ou Allan Kardec? Será que não está na hora de abrirmos a mente para um modelo um pouco mais akáshico e coletivo para reencarnação?

Por outro lado, é inegável (aos espiritualistas e sensitivos) que acessamos, senão "vidas", pelo menos "vivências passadas", até como parte de nossa experiência pessoal.

Podemos inclusive ter lembranças e sincronicidades. Mas será que vem mesmo de um ego de nossa "propriedade"? Será que o que acessamos em TVP, akash e sonhos, vem mesmo da continuidade de nosso ego pessoal? E se somos todos um só, por que precisamos "ter" um ego tão pessoal assim?

Num artigo publicado essa semana pela revista Science, o Dr. H. Henrik Ehrsson, do Departamento de Neurociências Clínicas do Instituto Karolinska, em Estocolmo (Suécia), conseguiu induzir pessoas sadias a uma experiência extra-corporal. Segundo Ehrsson, o fenômeno é "uma ilusão perceptiva na qual os indivíduos experimentam que seu centro de consciência, ou seu 'eu', está situado fora de seus corpos físicos, e que olham para seus corpos do ponto de vista de outra pessoa. Esta ilusão demonstra que o sentido de 'ser', localizado dentro do corpo físico, pode estar determinado plenamente por processos perceptivos, isto é pela perspectiva visual junto com o estímulo multi-sensorial do corpo".

Caso não tenham entendido, é um cientista neuronal dizendo que seu EU não necessariamente existe dentro do seu corpo!!! E baseado em métodos científicos, publicados na prestigiada revista Science!Lázaro conta que certa vez teve certezas íntimas de ter sido um personagem conhecido. Para não 'viajar' muito, aceitou talvez ter sido um conhecido do cara, um colaborador. Mas o fato é que ele pegava um livro e lhe vinha tudo, fora sincronicidades variadas. Tudo o que faria um espírita (ou ufólogo místico) pensar ter sido "o" cara, e tentar recuperar sua "missão". Por precaução, preferiu confirmar para si mesmo do que sair revivendo sua "encarnação" anterior. E obteve algumas confirmações. Até que começou a acessar a vida de outro autor B, com a mesma sinceridade e intensidade. Mais confirmações vieram, do mesmo modo. Mais tarde, ao pegar em um livro de um autor C, um pacote de conhecimentos lhe veio à mente. Ele já sabia o que estava escrito, escrevia parecido com ele, se identificou muito com o autor. O mesmo valeu para D, que referências de espiritualidades confiáveis lhe disseram mais tarde ter sido ele em uma outra vida. De fato, ele se identificava com todos eles. E os vários karmas de A, B, C e D explicavam bem sua vida, tanto nos defeitos quanto nas qualidades. O problema é que essas pessoas tinham vivido praticamente no mesmo tempo!! Ainda tentaram lhe dizer que talvez eles tivessem se encontrado, ou que talvez ele tivesse sido um intelectual que estudou muito os quatro, mas no íntimo ele sabe que os "acessou" de alguma forma.O fato é que o nosso "hardware", mesmo sendo de última geração, parece poder acessar os "softwares" mais antigos via emulação.Um modelo mais "dilatado" dos Arquivos/Registros Akáshicos pode responder por estes fenômenos.

Pra quem não sabe, esses arquivos são como registros de eventos que acontecem em determinado lugar. Um sensitivo, por exemplo, poderia, ao caminhar nas praias da Normandia (França), "acessar" algumas cenas do desembarque do Dia-D (mais ou menos como aquela propaganda do History Channel, o "descubra onde você está") que ficaram impressas no "éter" ou "Akash" (a matéria-prima do Universo, na metafísica). Seria pelos mesmos motivos que certos lugares ficam "mal assombrados".

Tenho até uma história interessante pra compartilhar sobre isso. Há alguns anos, no Carnaval em Recife, estava eu à noite seguindo o "Batutas de São José" e cantando o Hino dos Batutas, quando, ao entrar pela Av. Marquês de Olinda, próximo ao Marco Zero, entrei numa espécie de limbo, onde "via", com os olhos da mente (e superposicionados acima da minha visão "real") personagens de outros carnavais. Pude perceber claramente pierrots e colombinas debruçados nas janelas dos casarões (há muito abandonados), jogando confetes e serpentinas. Foi uma experiência muito, muito diferente do que simplesmente imaginar aquilo. Eu estava VENDO, e ao mesmo tempo não vendo! Achei aquilo tão estranho (ver uma janela aberta com um palhaço de gola larga, e por trás a mesma janela fechada) e tão lindo (a chuva de confetes, as serpentinas ligando um prédio a outro) que acabei saindo daquele estado, com lágrimas nos olhos por não termos isso hoje em dia.

Explicações pra isso podem envolver que eu tenha "lembrado" de outra encarnação minha em Recife, naquele mesmo ponto, num Carnaval qualquer.

Posso ter acessado os registros akáshicos, ou simplesmente me desloquei na linha do tempo (como aquele filme Projeto Philadelfia).

Ou eu surtei e deveria ter tomado remédios...

Mas são questões que não deveriam estar em um ou outro compartimento de crenças: elas devem ser abordadas por todos os ângulos, pois não temos a certeza de NADA.

Uma pessoa faz Terapia de vidas passadas para saber por que não gosta da nora, e então descobre que ela roubou seu marido em outra vida. Tudo faz sentido, tudo se encaixa magicamente como num romance da Zíbia Gasparetto, e a pessoa sai dali dizendo que "se resolveu".

Pode até ser que isso tenha vindo de uma vida passada sim (há outras possibilidades), e talvez até tenha sido a dela (há outras também). Mas não basta, a meu ver, saber que o peso daqui é igual ao de lá, e que tudo está certo na mesma proporção. Ao contrário, creio que as coisas se encaixam tão magicamente assim (em sonhos, regressões ou romances da Zíbia) exatamente porque foram "feitas sob medida", ou seja, são a perfeita compensação da mente. É como uma equação, o problema (nora) está de um lado da igualdade de tal modo que tudo se equlibre, SE... (E aí vem o conteúdo da regressão). É nessa hora que o terapeuta tem como compreender de QUAL tipo de igualdade e variáveis estamos falando, e começar a atuar de modo a criar uma nova relação entre a sogra e a nora - e, provavelmente, de um grande Édipo que haveria nesse tipo de compensação (roubar meu filho = roubar meu homem).Pode ser que a pessoa tenha mesmo vivido aquilo em outra vida.

Mas ela viveu inúmeras outras coisas, e se o inconsciente foi buscar AQUILO, é porque ali deve estar o simbolismo para reequilíbrio e resolução. Pelo mesmo motivo, ele poderia buscar no Akash, na vida de outra pessoa, em um mito do inconsciente coletivo redramatizado oniricamente pelo transe, ou mesmo fabricado na hora, oniricamente, como forte imagem de compensação.

No final das contas, tanto faz.


Tempo e espaço são conceitos que não fazem sentido para o inconsciente
(Sigmund Freud)

Podemos ver que nossa abordagem psicológica/metafísica da reencarnação hoje é como aquela fábula do elefante e dos três cegos: todos estão certos e ao mesmo tempo todos estão errados.
Ken Wilber nos fala que cada escola ou teoria psicológica seria mais adequada à explicação de uma série de comportamentos específicos dentro de um "espectro" de comportamentos possíveis ao desenvolvimento humano. Assim, teríamos desde um quadro mais mecanicista, dado, por exemplo, pelo behaviorismo radical, até os mais avançados, como a da Psicologia Transpessoal.
Cada escola estando, dentro do seu enquadramento teórico, relativamente certa, nestas condições. O pensamento transpessoal de Ken Wilber bebe na tradição da Teosofia (e, conseqüentemente, dos Rosacruzes) que, por sua vez, se inspira no modelo budista Tibetano, encontrado no Livro Tibetano dos Mortos, que rompe com o que comumente conhecemos como reencarnação da personalidade.
Baseado nisso, Frank Visser propõe que o Ego espiritual (ou seja, o que achamos ser o espírito de João pedreiro, que já foi Napoleão em outra vida e jogou pedra na cruz de Jesus em Jerusalém) está desassociado da personalidade terrena (ou seja, esse espírito não foi nada disso, sendo apenas uma gota num oceano que já comportou gotas que animaram Napoleão, João pedreiro e o miserável que jogou pedra na cruz). Após a morte do corpo físico, o Ego espiritual vai embora pro seu mar e aquela personalidade ainda permanece um tempo no mundo astral e mental, se desvanecendo gradualmente (como uma pilha perdendo a carga) até sumir. Puf! Ali, no oceano, o Ego "descansa" (por horas ou anos) até que sinta a necessidade (que ele descreve como uma "fome") de receber estímulos dos planos mais grosseiros, de sentir-se "vivo".Nós não somos mandados de volta à Terra contra a nossa vontade, e sim por necessidade. Somente se formos espiritualmente cônscios (ou seja, se já alimentamos nossas baterias no plano espiritual com plena consciência) não precisaremos retornar. Algumas boas almas retornam puramente pela vontade de libertar outras almas desse ciclo inconsciente (alguém falou Jesus?).
O que eu achei esquisito na teoria é que, se o ego espiritual encarna uma personalidade, o que é feito das memórias e experiências dessa personalidade? São retidas? Se sim, então é o mesmo que dizer que a personalidade está retida no ego.Se for compartilhada com os outros egos, então como o ego pode sentir necessidade de "descer" pra "se alimentar" se ele compartilha da experiência de vida dos outros egos que estão "subindo"?Aliás, esta última alternativa é a idéia que Carl Gustav Jung fazia da existência consciente depois da morte: uma consciência da humanidade.
Quando alguém morre, "transmite" sua experiência para a consciência coletiva (que nunca excede o limite do que o homem encarnado pode alcançar, ou seja, nunca "aprende" nada do "lado de lá"), e é por isso mesmo que a vida aqui na Terra teria tanta importância, pois só aqui, na vida terrena, onde os extremos se tocam, poderíamos elevar a consciência geral.Uma imagem interessante do Ego espiritual de Wilber é a do mergulhador que vai buscar uma pérola em grandes profundidades.
O espírito busca a pérola da experiência/vivência na Terra, mas não pode permanecer muito tempo ali. De quando em quando, precisa retornar ao seu mundo original, para "respirar".É um conceito similar em parte a concepção órfica da imortalidade: a alma está enterrada no corpo como se fosse um túmulo (soma-sema, que significa em grego corpo-túmulo). Como conseqüência, a existência encarnada se assemelha mais a uma morte e o falecimento constitui o começo da verdadeira vida. Esta verdadeira "vida" não é obtida automaticamente; a alma será julgada segundo as suas faltas e os seus méritos. Após certo período, ela reencarna.
A influência egípcia – julgamento de Osíris e reencarnação – é insofismável no orfismo. Nessa via crucis de reencarnação em reencarnação, até mesmo em corpo de animais, a alma vai se purificando. Nesses intervalos reencarnacionistas, a alma chega a demorar uns 1.000 anos no castigo do inferno, onde sofre um ciclo de pesadas penas. Quando completamente purificada, sai desse ciclo de gerações para reinar entre os heróis. O destino, obviamente, não será o mesmo para os iniciados órficos e os profanos. O comum mortal profano deverá percorrer dez vezes o ciclo antes de escapar.
Há um conceito difundido na Igreja Messiânica (e também na Igreja budista Risho Kossei-kai) de que somos a soma de milhares de antepassados. É a Doutrina Anatta (do "não-eu"), onde o que permanece após a morte não é a alma individual, mas sim o karma (ação) que se fez em vida.
Segundo o ensinamento de Buda, a existência, a continuidade da vida e sua cessação são explicadas em uma fórmula detalhada - chamada de Patika Samuppada (produção condicionada), constituída de doze fatores:
1. Pela ignorância são condicionadas as ações volitivas ou formações kármicas.
2. Pelas formações kármicas é condicionada a consciência.
3. Pela consciência são condicionados os fenômenos mentais e físicos.
4. Pelos fenômenos mentais e físicos são condicionadas as seis faculdades (quer dizer, os cinco órgãos dos sentidos e a mente)
5. Pelas seis faculdades é condicionado o contato. (sensorial e mental)
6. Pelo contato é condicionada a sensação.
7. Pela sensação é condicionado o desejo.
8. Pelo desejo é condicionada a posse.
9. Pela posse é condicionado o processo do vir-a-ser.
10. Pelo processo do vir-a-ser é condicionado o nascimento.
11. Pelo nascimento são condicionados:
12. A decrepitude, a morte, as lamentações, as penas, etc.Notem que é pela ignorância que todo o processo começou, gerando uma ação que causou uma consciência.
Há semelhanças aqui com o Velho Testamento (Gênesis) e a ignorância de Adão e Eva de se deixarem enganar pela serpente (uma leitura atenta mostra que no fundo eles desejavam ter o mesmo conhecimento/discernimento de Deus). Após isso, temos uma ação (a mordida do fruto da Árvore da Ciência do Bem e do Mal) e, finalmente, o lampejo de consciência (eu ≠ você) que os fez perceber que estavam "nus".
Fábula semelhante está representada pela queda de Lúcifer: A "queda" em si é tão justificada pela consciência recém adquirida que não a percebemos como um ganho. Quem cai pelo coração o sofrimento é tanto que redime. Quem cai pela inteligência - vejamos o exemplo da entidade demoníaca do texto bíblico, que não é tão simbólico quanto parece - não se sente caído...(Emmanuel)
É assim que a vida aparece, existe e continua, em forma circular (a tal roda de Samsara). Entretanto, se tomarmos esta fórmula em sentido contrário, chegamos a cessação do processo, um religamento ao Todo. O que Buda nega é a idéia da existência de uma alma imortal individualizada. Afinal, se a alma foi "criada" em algum ponto, ela estará sujeita a cessar. E o budismo é enfático em dizer que tudo é impermanente. Então sua individualidade também é uma ilusão que precisa ser superada para evitar o sofrimento, assim como sua idéia de "meu corpo", "minha família", etc.
Talvez estejamos apegados demais à nossa personalidade para analisarmos a reencarnação não só como flores individuais desabrochando e morrendo, e sim como um jardim, onde cuidamos das flores individual e coletivamente, buscando um efeito que só pode ser apreciado à distância.
O Prof. Alberto Cabral, do CEFLE, costuma dizer que aqui na Terra há "reencarnações por arquétipos". Na visão dele, diferente do que o espiritismo prega, as pessoas não vêm reencarnar com seus parentes e situações de outrora, pois seria impossível em termos práticos. Os espíritos apenas vestem encarnações similares, situações parecidas onde der pra encaixar, as quais somadas fecham o cenário para que a pessoa encontre - ou supere - os complexos que precisaria, karmicamente, encontrar.
Exemplo: Você tem a impressão que tava encarnado na vida passada com um amigo desta. Mas na verdade teu amigo da vida passada "evoluiu" mais rápido que você, que continua, por exemplo, brigão. Então teu amigo atual é outro espírito brigão apenas parecido com o que o teu primeiro amigo era na vida passada. A fila andou. Não faria sentido teu primeiro amigo continuar do teu lado vivendo as mesmas coisas se ele já aprendeu o que você ainda não conseguiu. A gente reencarnaria por sintonia - lugares e pessoas necessárias ou compatíveis pra vivência dos karmas, algo assim.
Tal conceito guarda grande semelhança com o Anatta budista.
Krishnamurti nos fala que a gente morre e não sobra nada individual, existindo tão-somente um tipo de "padrão coletivo de emoções", um campo que seria "personalizado" a cada nascimento. Acho que, para ele, só sai dessa roda de Samsara quem desperta, sai do rio da vida, saindo do padrão ego/pensamento/emoção; só que daí também não sobraria nada individual, porque esse "desperto" aí se fundiria no grande e incompreensível Todo que existe além do rio.
Para a Gnose, a alma individualizada tem ao seu dispor 108 vidas para alcançar a auto-realização. Caso não consiga, deverá involuir no reino mineral até que passem pela "Segunda Morte". Após isso, a Essência, a Alma, ou princípio imortal, escapa e volta para a superfície, para a luz do sol, a fim de recomeçar a jornada, a fim de iniciar uma nova evolução, desde o estado mineral, passando pelo vegetal, animal, e chegando, novamente, no estado humano ou humanóide que outrora perdeu. Aí novamente serão consignadas mais 108 vidas. Se nos auto-realizamos no novo ciclo, ótimo; se falhamos, repetiremos todo o processo.
Para os Rosacruzes, cada ser humano renasce no plano terreno a cada 144 anos, em média. Se, por exemplo, uma pessoa vive 80 anos neste plano terrestre e morre, a alma e a personalidade da referida pessoa permanecem no plano cósmico psíquico cerca de 64 anos antes de se reencarnar, a fim de completar o ciclo de 144 anos. Seguindo o mesmo raciocínio, a criança que desencarna aos quatro anos de idade teria de permanecer 140 anos aguardando a reencarnação.
No Bhagavad-gita, a mais famosa escritura do hinduísmo e a base principal o movimento Hare Krishna, lê-se: "Assim como a alma corporificada continuamente passa nesse corpo da infância à juventude e à velhice, do mesmo modo, a alma passa a outro corpo após a morte. A alma auto-realizada não se confunde com tal mudança". Os Vedas também explicam que, no mundo material, a alma transmigra dentro de um ciclo de nascimentos e mortes materiais através de 8.400.000 formas de vida. A forma de vida humana, entretanto, é a única em que a pessoa pode se auto-realizar. As espécies de vida inferiores às humanas não são dotadas de inteligência suficiente para compreender a diferença entre o eu e o corpo. Para a ciência, existe ainda a possibilidade de ‘multiversos’. Então, como fica a individualidade em cada universo paralelo? O resultado dessa salada toda parece apontar pra o aperfeiçoamento de uma individualidade duramente conquistada, reformada e aprimorada pra voltar outra vez pro Todo de onde só aparentemente "saiu".
Por que tudo isso começou?
Será que é o Criador/Todo querendo se reconhecer (In Lake' ch)? O Deus em mim saudando o Deus em você (Namastê)?
Será que esse processo todo foi um engano?
Ou será que gera algum tipo de energia que mantém nosso universo?