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segunda-feira, 15 de outubro de 2007
*** Educar devidamente
sábado, 13 de outubro de 2007
*** A COMPAIXÃO INDISPENSÁVEL
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terça-feira, 9 de outubro de 2007
*** PERIPATÉTICO
(Max Gehringer)
"O raciocínio descobre a vizinhança entre a fé e o entendimentoe a distância entre a fé e o fanatismo" (André Luiz, in Opinião Espírita, cap. 19).
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domingo, 7 de outubro de 2007
*** Serenidade e acomodação
Você já observou que um dos maiores inimigos do homem é a acomodação? Irmã da indiferença, aparentada com a preguiça, a acomodação é como uma doença que, aos poucos, paralisa as iniciativas humanas. Mas, a vontade divina nos presenteou com o LIVRE ARBÍTRIO! Somos donos de nossa vontade. E as dificuldades chegam para que aprendamos a lidar com elas. | ||
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
***O GRITO
Uma boa palavra auxilia sempre. É lamentável se observar como estamos nos esquecendo de cultivar a boa palavra. Nosso atual vocabulário empobreceu-se muito e, face aos dissabores que nos envolvem a vida, primamos por expressar, pela fala, o mau humor e o desânimo que nos assola. Basta permanecermos alguns minutos em uma fila de mercado, de ônibus, de banco, para logo se perceber o início das lamentações, das queixas e o desfilar do rosário da infelicidade. Quanta vez, em plena rua, alguém nos aborda, rosto transtornado a solicitar uma informação. Onde fica o Hospital, a Delegacia, o Posto de Saúde? De forma mecânica, indicamos a direção correta ou por vezes, alegando pressa, nos escusamos de perder tempo e desviamos da criatura. E, no entanto, é um ser que sofre e talvez bastasse uma palavra amiga, a gentileza de explicar em pormenores, de seguir com ele um trecho do caminho, para lhe amenizar a dor. Recordamos que, certa vez, um homem ouvia em um templo religioso as advertências do orador: "Falar é dom de Deus. Se abrimos a boca para dizer algo, saibamos dizer o melhor. É preciso aproveitar todas as oportunidades porque, às vezes, desajudamos quando podíamos ajudar." O homem saiu dali e agasalhou a mensagem. Alguns dias depois, nas funções de pedreiro-chefe inspecionava um grande recinto, em fase final de construção, junto com o engenheiro. O enorme salão estava muito bonito. Acabamento esmerado e pintura, primorosa. Vamos experimentar a acústica. - sugeriu o engenheiro. E, virando-se para o pedreiro, lhe pediu: Grite alguma coisa. Saulo, esse era o nome do pedreiro, recordou as lições de dias antes a respeito da palavra e enchendo os pulmões, bradou alto: Confia em Jesus! O som estava muito bem distribuído e agradou a ambos. Passados alguns minutos, adentra a sala um homem de cabelos em desalinho, perturbado, revólver à mão. Quem gritou? Pergunta. Quem mandou confiar em Jesus? Saulo é apontado e o homem a ele se dirige. Percebe-se-lhe no olhar a angústia e o desespero. Joga-se nos braços do pedreiro e chora: Obrigado, obrigado, amigo. E porque ninguém conseguisse entender o que estava acontecendo, explica: Eu estava no terreno da construção. Queria morrer. Estava encostando o cano do revólver ao ouvido, quando escutei seu apelo. Sustei o gesto. Estou desempregado há muito tempo e sou pai de oito filhos. Confiar em Jesus. Sim. Eu confiarei. É sempre importante falarmos o bem. Mesmo quando pensemos que estamos sós, pois em verdade não estamos. Feliz foi o poeta que disse que o homem tem na garganta uma flauta mágica que pode emitir as mais doces melodias. É a voz, talento divino que nos foi dado para o nosso progresso e crescimento dos nossos irmãos. * * * A guerra nasce da linguagem dos interesses criminosos, insatisfeitos. A língua guarda a centelha divina do verbo através do qual o homem pode erguer o monumento da paz. Assim, podemos utilizar a palavra para consolar e edificar os nossos irmãos. | ||
domingo, 30 de setembro de 2007
*** PENSAR "FORA DA CAIXA"

Hoje me lembrei de um amigo muito querido e que sempre usava essa expressão para sugerir que devemos abrir o pensamento quando queremos nos dar bem na vida, entender o outro e até mesmo fechar um negócio ou até um contrato de trabalho. Mas o que significa pensar fora da caixa? E, afinal, que caixa é essa? Podemos em princípio pensar que a caixa seja apenas a nossa mente, ou melhor a nossa forma de pensar, mas refletindo sobre o assunto acho que a expressão se refere a algo mais que isso... Recordei também das pessoas que conheço que pensam fora da caixa. Lembrei de algumas que tem uma forma de vida diferente da convencional. Uma dessas pessoas é uma médica. Sanitarista, trabalhava na OMS. Viajava por diversos países, trabalhando e pesquisando. Com um espírito jovem, bem disposta e totalmente descolada, ela veio na minha mente como uma pessoa que vive fora da caixa. Foi nesse momento que me veio um insight interessante sobre o que é a caixa; pois até então, estava pensando ser uma forma diferente de viver, mais livre, mais solta e aberta às coisas do mundo. No entanto, lembrando dessa médica, fui recordando de algumas situações bastante sofridas que ela enfrentou e das suas reações. Na verdade, ela se tornou minha amiga, mas nosso relacionamento começou num encontro profissional. Bonita de corpo, pele morena e olhos expressivos, essa moça passava força e poder em cada movimento seu. Ela era uma verdadeira guerreira, batalhadora e muito esforçada. Quem olhasse para ela, poderia facilmente notar essa fortaleza interior, mas mergulhando um pouco mais, a alma dessa mulher estava aflita por carinho, gentileza e amor. Conversando sobre sua vida, ela me confidenciou que sempre teve vontade de ter um relacionamento mais íntimo, ter um filho, constituir uma família. Por conta de sua vida profissional, acabava não dando espaço para isso acontecer. Agora o relógio biológico pedia esses ajustes e ela não tinha ninguém para ser o pai do seu filho... Conversamos muito sobre seus caminhos, mas não caberia a mim dizer-lhe o que fazer até porque o certo e o errado devem ser pesados na vida de cada um de nós. Se posso dizer algo que aprendi é que não existem regras absolutas para a felicidade de ninguém e que as respostas não estão no outro, mas sim dentro de cada um. Roberta estava presa à sua caixa. Vive diferente da maioria das pessoas porque não tem uma parada fixa, está sempre viajando, conhece diversas pessoas, veste-se de um jeito próprio, enfim, está totalmente fora dos padrões normais das pessoas, mas está na "sua caixa". O que me leva a refletir, é que cada um de nós tem a sua caixa. E para ser livre, abrir o pensamento e de fato pensar fora da caixa, precisamos fazer um mergulho interior e enxergar nossas limitações. Se ficarmos analisando as pessoas e a vida pelas aparências que chegam até nós não vamos aprender nada mais profundo e libertador. O esforço não é pequeno. E no caso da minha amiga tem sido um verdadeiro desafio, porque mesmo desejando um amor, um relacionamento mais duradouro e intenso ela ainda não conseguiu tirar a armadura da mulher guerreira que um dia teve que vestir para sobreviver . Então o que fazer? Trabalhar a autoconfiança, investir na auto-estima e, em seguida, ter coragem de mergulhar no buraco negro de nossos medos mais profundos. Assim, termino sugerindo que você pense na sua caixa. O que você está aprisionando aí dentro de você? O que você pode mudar na sua maneira de encarar a vida para ser feliz? Se você já sabe da resposta, o que falta para colocar isso em prática? Se não sabe, sugiro que você pense no seu caminho de vida, nas pessoas, naquilo que você desde o seu nascimento atraiu para viver. Porque essa caixa se refere a experiências da alma. Intenções de aprendizado que neste plano material viemos resolver... Então, isso significa que soluções lindas são possíveis e estão ao alcance de todos nós! Fica com Deus! | ||
sábado, 29 de setembro de 2007
*** A lealdade ignorada
Uma das mais belas qualidades humanas é a lealdade. Quanta grandeza em saber reconhecer um benefício com gestos de fidelidade. Mas não é isso o que vemos sempre pelo Mundo. Muito pelo contrário. O mais freqüente é encontrarmos por toda parte o desamor como pagamento àqueles que estendem a mão em auxílio ao próximo. Quantas vezes vemos amizades e famílias desfeitas, boas lembranças esquecidas. Tudo em nome da deslealdade, que nada mais é do que uma forma de ingratidão. Assim, vale a pena refletirmos sobre a natureza do que é desleal. Quem agiria assim? Quem seria capaz de pagar um benefício com uma traição? E por que razão faria isso? Vamos responder por partes. Desleal costuma ser a maior parte da Humanidade em algum momento da vida. Dificílimo é encontrar alguém que sempre age corretamente, que pauta seus atos pela extrema correção, em todas as ocasiões. Por outro lado, as razões que levam à deslealdade são sempre baseadas no egoísmo. O egoísta não se preocupa com o bem-estar do outro. Para ele, seus interesses vêm em primeiro lugar. Por isso, o egoísta não se envergonha em atraiçoar aquele que lhe estendeu mão amiga. Movido por interesses financeiros, por orgulho ou vaidade, não hesita em dar as costas para um amigo ou um ser querido. E o que é alvo de um gesto de deslealdade - o que deve fazer? Antes de tudo cabe não julgar. O desleal é alguém doente. Não um doente do corpo, mas um doente da alma, a quem nos cabe perdoar. Perdoar? Sim, perdoar. Costumamos afastar de nosso dia-a-dia a prática do perdão. Falamos tanto em perdão e enaltecemos seu valor na hora da provação. Mas, basta que alguém nos fira, para imediatamente esquecermos tudo o que costumamos falar sobre a necessidade de perdoar o próximo. É uma conveniência. Assim, diante da deslealdade, recordemos Jesus, que nos ensina a não resistir ao mal. É o Cristo que nos convida a pagar o mal com o bem, a oferecer a outra face, a perdoar constantemente. O valor do perdão é maior quanto mais grave é a deslealdade. Quando o desleal é uma alma querida, a quem sempre oferecemos o melhor em termos de amizade. Uma fórmula preciosa para esses instantes é recorrer à prece. A oração balsamiza a alma, acalma o coração, ilumina os dias. Se o coração do que é agredido está sereno, ele está liberto. E o outro? Ah, a questão não é mais entre um e outro. A questão é entre Deus e cada um de nós. O outro? A questão é entre ele e Deus. De nossa parte, devemos nos preocupar única e exclusivamente com a nossa consciência perante as Leis Divinas. Se estamos em paz, tudo está bem. Isto, acredite, é também um exercício de desapego. Não contabilizar benefícios faz parte da essência da verdadeira caridade. Se fizermos um bem a alguém, devemos fazê-lo por amor a Deus, pelo prazer de ser bom, pela alegria de ver os outros felizes. Fazer o bem simplesmente, sem esperar recompensa, sem aguardar retribuição. Foi isso o que Jesus nos ensinou. Pense nisso! | ||
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
*** QUEM AMA SAI NA FRENTE
O desenvolvimento do Espírito em sua jornada para a plenitude dá-se em duas frentes. Ele necessita burilar o intelecto e os sentimentos. Variadas experiências se sucedem, a fim de que esse aperfeiçoamento ocorra. O destino final de todos é o mesmo: a angelitude. Ao contrário do que muitas vezes se imagina, os anjos não são seres apartados da Humanidade. Não se trata de privilegiados, perfeitos desde a origem. Eles são apenas nossos irmãos mais velhos. Por obra de seu esforço, atingiram a meta, que consiste na plenitude da evolução intelectual e moral. Infinitas foram as lutas que travaram em seu longo jornadear pelas fileiras da Humanidade. A liberdade de que todos os Espíritos gozam permite que os caminhos sejam diferentes. Alguns se apaixonam pelas maravilhas da arte. Outros encontram na filosofia a razão de inúmeras vidas. Há quem se encante pelos raciocínios lógicos das ciências exatas. Todos os ramos do conhecimento se entrelaçam. No zênite evolutivo, os talentos e o saber são plenos, qualquer que tenha sido o caminho trilhado. Mas há uma peculiaridade concernente ao burilamento dos sentimentos. Ele facilita bastante o processo evolutivo como um todo. A liberdade constitui pressuposto do aprendizado. Não é viável adquirir discernimento sem poder fazer opções. Mas a contraparte obrigatória da liberdade é a responsabilidade. O Espírito é livre para agir, experimentar e aventurar-se. Contudo, responde por tudo o que faz. Quando se permite atitudes equivocadas, registra desequilíbrios em sua consciência. Tais desequilíbrios se manifestam na forma de bloqueios, fobias e enfermidades. Às vezes são necessárias muitas encarnações para propiciar a limpeza psíquica do que se fez em apenas uma. As posições de poder são as que mais ensejam profundas e longas crises de consciência. Enquanto gasta tempo para se equilibrar, o Espírito retarda seu processo evolutivo. A rigor, a evolução sempre ocorre, pois as experiências vão propiciando um irresistível amadurecimento. Mesmo do erro sempre surgem proveitosas lições. Entretanto, as lições oriundas de grandes equívocos tendem a ser sofridas e trabalhosas. Justamente por isso o amadurecimento do senso moral constitui um poderoso impulsor da evolução. Quem se compadece do semelhante não comete desatinos contra ele. Por vezes erra, pois a perfeição é a meta final, ainda distante da Humanidade em geral. Mas tais erros são oriundos da ignorância e não da maldade. Jamais possuem conotação cruel e são de fácil reparação. Assim, quem luta por se aperfeiçoar moralmente se abstém de inúmeras dores. Ao desenvolver pureza, deixa de cometer desatinos na área da sexualidade. Tomando gosto pela conduta honesta, não assume compromissos com o patrimônio alheio, público ou privado. Ao adotar o trabalho e a prudência como roteiros de vida, jamais se torna um peso para os semelhantes. Em suma, o desenvolvimento moral evita muitos erros. Conseqüentemente, furta o Espírito da necessidade de sofridas atividades reparadoras. Se você deseja trilhar em paz o caminho para o Pai, burile os seus sentimentos. Afinal, quem ama sai na frente. Pense nisso. Redação do Momento Espírita. | ||
terça-feira, 25 de setembro de 2007
*** O tempo: Senhor maior de todas as curas
Ensinam os bons mestres que devemos assistir nossa atuação no mundo como se estivéssemos observando uma peça de teatro. No palco o desenrolar dos nossos papéis onde atuamos como protagonistas das nossas ações e comportamentos. Na platéia nós estamos também, porém sentados assistindo o drama ou a comédia em que atuamos como personagens.
Mas é bem mais complicado quando decidimos praticar este mecanismo que tanto ajuda no controle dos nossos padrões emocionais.
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segunda-feira, 24 de setembro de 2007
*** MELINDRE OU AGRESSIVIDADE
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segunda-feira, 17 de setembro de 2007
*** O HÁBITO NOCIVO
Hábito é o que incorporamos ao nosso dia a dia. É nossa maneira usual de ser. É o que realizamos de forma mecânica. Atitudes que assumimos e realizamos, sem nos darmos conta. Vejamos: quantas vezes já nos aconteceu de chegar em casa e colocar as chaves sobre algum lugar? Tão mecanicamente é executada a ação que, ao precisar das chaves, algum tempo depois, não conseguimos recordar onde as deixamos. Saímos de casa, apagamos as luzes, passamos a chave na porta. Depois de andarmos algumas quadras, nos questionamos se fechamos ou não a casa. E precisamos retornar para ter a certeza, a fim de que não permaneçamos o restante do dia em desassossego. Muitas outras coisas fazemos de forma automática. Tomamos café, regamos as plantas, alimentamos o gato, sem pensar. Ao lado dessas questões, outros hábitos temos não muito saudáveis. E, por incorporados à nossa forma de ser, não nos apercebemos o quão danosos são. É comum se observar, antes de uma palestra ou conferência, um grande burburinho pelo salão. Natural, num primeiro momento, pelo reencontro com amigos, cumprimentos, saudações, sorrisos, torna-se desagradável quando uma música se faz presente, e não modificamos nossa postura. Alguém toca ao piano delicada melodia, ou dedilha um violão, ou canta e nós prosseguimos a falar, como se nada estivesse acontecendo. A impressão que se têm é que chegamos ao local programados para ouvir a palestra. E tudo o mais que antes aconteça, não tomamos conhecimento, não registramos. Mau hábito, que caracteriza, inclusive, grande indelicadeza de nossa parte, desde que o artista que vai se apresentar naquele momento, merece, ao menos, que permaneçamos em silêncio, para ouvir a sua arte. E não menos grave é quando, concluída a palestra que nos propusemos ouvir, de imediato, nos erguemos e saímos com ruído. Não aguardamos a real conclusão do evento para um lembrete final que se fará, um agradecimento ao orador, uma advertência útil. E o mesmo se repete nos cinemas quando, acabado o filme, nos erguemos e vamos saindo, esquecidos de que muitos apreciam ver todos os créditos. O que não lhes é permitido porque em nos levantando, obstruímos a sua visão da tela. É essa mesma atitude que nos permite observar a miséria perambulando pelas ruas, sem que nos atinja. Habituamo-nos de tal sorte às cenas que nos tornamos insensíveis. Habituamo-nos a ver a corrupção triunfar, que já não desejamos fazer coisa alguma para a debelar. Hábitos... Hábito de ver a mentira adquirir forma, volume e não emitirmos movimento algum no sentido de esclarecer a verdade, de defender o caluniado. Hábito de receber a bênção da chuva, os raios do sol, as carícias do vento, sem nenhuma gratidão. Como se o Universo inteiro nos devesse o favor de servir. Hábito de não ouvir quem nos fala da sua dor, da sua dificuldade. Hábito de não pensar senão em si mesmo. É hora de parar para pensar e buscar refazer atitudes. Reflitamos que o bom da vida é viver. E para viver intensamente é preciso se sentir tudo que se faz, tudo que nos chega. É preciso olhar em torno, estar presente, agir, tomar atitudes pensadas, atentas. Desta forma, alteremos o rumo. Aprendamos a observar o dia, a olhar as pessoas nos olhos, a perceber o que acontece ao nosso redor. Moldemos hábitos de gentileza, de delicadeza, de gratidão. Vivamos mais conscientes. Aprendamos a sentir prazer nas pequenas coisas como andar, correr, comer, molhar-se na chuva ou aquecer-se ao sol. Aprendamos a olhar para as estrelas, a nos extasiar com a noite enluarada, a vibrar com a música, o perfume, as pessoas. Abandonemos hábitos nocivos e nos tornemos mais felizes, desde agora. | ||
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
*** Comunicar não é o que a gente fala e sim o que o outro entende
Sonhei que estava com uma turma em frente a uma faculdade e que ninguém aparecia para dar aulas.Estávamos muito indignados e eu me prontifiquei em ir até a secretaria da faculdade para saber o que estava acontecendo.Encontrei alguns funcionários e perguntei onde estavam os professores. Ninguém sabia de nada. Perguntei se não havia um folheto explicando sobre os cursos, os horários das aulas e os nomes dos professores - ninguém sabia de nada.
Fui ficando revoltada com aquela falta de responsabilidade e pedi um microfone para anunciar a toda a turma que havíamos sido enganados.
Quando comecei a falar senti que havia sobre a minha língua uma camada espessa de goma de mascar cor-de-rosa que entupia minha garganta e eu não conseguia falar.
Acordei suando, assustada, sufocada.
Sentei na cama e perguntei em voz alta a mim mesma:
- O que você não está conseguindo comunicar?
E iniciei imediatamente um processo de procurar onde eu estava me sentindo tão sufocada.
Não foi difícil encontrar.
Com 65 anos e uma vida vivida intensamente, creio que já tenho uma pequena bagagem do que pode acontecer ao ser humano quando ele é submetido a alguns condicionamentos na infância e na sua vida em geral.
A experiência acaba nos mostrando que é quase matemático:
Uma criança criada sob a intolerância, desamor, a violência e a insegurança dos pais (ou, pelo contrário, uma criança com pais superprotetores, permissivos demais) vai – quase sempre – desabar num adulto sem energia, sem força para lutar e conquistar seu espaço no mundo.
Um adulto cheio de medos e baixa auto-estima, que acaba precisando de um, ou outros, para se sentir seguro e integrado.
Um ser dependente de substâncias, afeto, amor, necessitando sempre de saber o que os outros pensam dele ou o que podem fazer para ele se sentir aceito e amado.
Pode ser uma das raízes de pessoas que amam demais, comem demais, bebem demais, fumam demais, trabalham demais, maníacas por ordem, por sexo, enfim, uma gama enorme de desarmonias que povoam este planeta.
Pela organização das coisas, via de regra estas pessoas, ou algumas delas, acabam sentadas na frente dos terapeutas quando já são adultas e já cansaram de tanto sofrer e tentar mil e uma coisa para se verem livres dos seus tormentos emocionais.
Claro que dá vontade de chorar com elas o tempo da infância em que foram alvos de um verdadeiro laboratório de “como não se educa”, mas isso já não é mais possível e só resta correr atrás do prejuízo.
Minha conclusão, talvez simplista, é a de que quando comunicamos, educamos, influenciamos ou formamos alguém devemos sempre nos perguntar:
- O que esta pessoa está entendendo, sentindo ou memorizando desta minha maneira de transmitir as coisas?
- O que eu estou comunicando está no nível correto do que este ser pode entender?
- Quais as conseqüências que minha comunicação pode causar neste indivíduo que está sob minha responsabilidade?
- Estou respeitando o sistema de crenças e a religiosidade desta pessoa?
- Vejo esta pessoa como uma face de Deus que está ao meu lado para trocar experiências comigo?
- Sinto profundamente que o que eu fizer para este ser estarei fazendo para todo o planeta?
- Acredito que quem está perto de mim é um espelho que reflete quem profundamente eu sou?
- Sei honrar e respeitar meus semelhantes quando estabeleço um processo de comunicação, seja para o que for?
- Falo sempre o que sinto ou o que quero que o outro sinta?
Pense nisso.
Bons sonhos!