Muitas pessoas afirmam desejar conhecer suas encarnações anteriores.
Uma boa parte delas espera ter animado importantes personalidades
históricas.
Reis e santos, poetas e intelectuais, sumidades as mais diversas não faltam
no imaginário dos candidatos à recordação.
Entretanto, é preciso lembrar que a lei do progresso vigora em toda a sua
plenitude.
Ela impede o retrocesso moral e intelectual.
As condições sociais podem variar significativamente ao longo dos séculos.
É possível passar-se da extrema riqueza à mais abjeta pobreza, de uma
encarnação a outra.
Esse movimento pendular presta-se a viabilizar a realização da justiça
Divina.
Mediante ele, o poderoso que elaborou leis iníquas para o povo,
posteriormente a elas se submete.
Quem lesou o patrimônio público terá oportunidade de se ressentir da falta
de educação e segurança públicas eficientes.
O mau patrão poderá experimentar a condição de empregado oprimido.
Essa oscilação nas condições materiais também auxilia o despertar da
sensibilidade.
O homem que olha insensível a dor alheia candidata-se a experimentá-la.
Nem toda dor é uma expiação.
O sofrimento é corolário da imperfeição.
Todo vício, toda insensibilidade, toda rudeza atrai a dor como um remédio
necessário.
Somente a perfeição moral e intelectual livra a criatura de experiências
dolorosas.
A partir de certo nível de desenvolvimento, o espírito desvincula-se das
experiências materiais.
Sem necessidade de vivências terrenas, a elas retorna por espírito de amor e
serviço.
Cumprindo missões, dá exemplo de genuína elevação moral e intelectual.
Mas o relevante é que a evolução conquistada jamais é perdida.
Nenhuma alma generosa de repente se torna mesquinha.
O homem intelectualmente superior não perde suas habilidades intelectuais.
Por certo, quem utilizou mal a inteligência pode renascer na condição de
idiota.
Ou viver em condições difíceis que não lhe possibilitem adquirir cultura.
Contudo, ordinariamente a alma expressa o seu potencial.
Assim, a criatura pode ter certeza de que se encontra no ápice de sua
evolução.
Ninguém jamais foi tão bondoso e inteligente como é hoje.
Ese raciocínio auxilia a perder ilusões quanto ao próprio passado
espiritual.
Quem atualmente detesta estudar, certamente nunca foi um intelectual.
O homem egoísta ou fútil de hoje pode ter como certo jamais ter sido um
santo, na acepção da palavra.
Raras pessoas têm recordações precisas do que viveram nos séculos
precedentes.
Entretanto, se a recordação detalhada não é possível, nem por isso é
inviável ter uma noção do que se viveu.
Para ter uma idéia do que se fez, basta analisar as tendências atuais.
E pensar que ocorreu uma melhora, ao longo do tempo.
As suas idéias inatas revelam o seu nível evolutivo e o caminho que você
trilhou.
Para se conhecer, preste atenção nos impulsos mais naturais de seu coração.
Caso seu agir e seu sentir instintivos tenham algo de egoísta, insensível ou
vulgar, convém refletir sobre isso.
Enquanto não burilar o seu íntimo, você permanecerá tendo experiências
dolorosas.
Então, é de seu interesse mais direto modificar o próprio comportamento e
livrar-se de velhas fissuras morais.
Afinal, mais importante do que saber o que você já viveu, é garantir que o
seu futuro seja pleno de felicidade e bem-estar.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
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