
Essa semana recebi um e-mail de uma cara amiga onde me repassava essa mensagem que descreve um breve diálogo entre o teólogo Leonardo Boff e o Dalai Lama.
Leonardo Boff explica:
“No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:
‘Santidade, qual é a melhor religião’?
Esperava que ele dissesse:
‘Santidade, qual é a melhor religião’?
Esperava que ele dissesse:
‘É o budismo tibetano’ ou ‘São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo’.
O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos - o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta - e afirmou:
‘A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus.
É aquela que te faz melhor’.
Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:
‘O que me faz melhor’?
Respondeu ele:
‘Aquilo que te faz mais compassivo (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável...
A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião’...
Vamos analisar então o que quer dizer ser ‘compassivo’.
O Dicionário Houassis descreve:
- adjetivo: que tem ou revela compaixão; que se compadece; condolente.
A etimologia da palavra: provém do latim: compassivus, a, um,
O substantivo é feminino: a compaixão (será que as mulheres são mais compassivas que os homens? Seria esse um atributo do lado ‘feminino?)
Indica: sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la; participação espiritual na infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor.
A etimologia vem sempre do latim e quer dizer: ‘com-paixão‘ do verbo compadecer, etc.
Indica um sofrimento comum, comunidade de sofrimentos, opiniões comuns, simpatia pelo sofrimento alheio.
Lembremos que por paixão entendemos não somente aquilo que confundimos com o amor, mas também a paixão-sofrimento, como a Paixão de Cristo, ou seja, o indescritível padecimento de Cristo sob os golpes de seus algozes conforme é descrito na Bíblia.
Então, ao me perguntar se eu sou compassiva, me veio à mente a tragédia recente com o avião da TAM e lembrei das lágrimas que versei ao sentir (sim sentir) dentro de mim a dor daqueles que perderam seus caros!
Eu sou daquele tipo que não pode ver defunto sem chorar,
mas isso me faz compassiva?
Tenho uma inclinação inata a me fundir com os outros e a me compadecer com o sofrimento alheio, seja ele humano ou animal e até mesmo vegetal!
Tudo é criação de Deus e eu percebo essa criação como parte integrante de mim mesma.
Mas isso me faz compassiva?
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